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Série de relatos críticos do CTRL+ALT+DANÇA se encerra com carta endereçada a Morena Paiva

[Morena Paiva em ensaio de A ordem e o movimento / foto: Marina Alves]

Optando por escrever uma carta endereçada a Morena Paiva, Raíssa Ralola encerra a série de relatos críticos sobre os espetáculos do Encontro CURIÔS. Na carta, Raíssa se aproxima do solo de Morena, A ordem e o movimento, através de um diálogo bastante honesto em torno das problemáticas emergentes a partir de noções de contemporaneidade, perferia-centro-periferia e gênero.

Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 2012.

Cara Morena,

Tendo sido incubida da tarefa de escrita sobre seu trabalho, senti desafio. Morena, você me apertou (e essa frase dá um samba), me colocou dificuldades. Por longo período adiei o compromisso de escrita, pois sabia que, se de fato desejasse contribuir com seus processos, precisaria recorrer a referências externas. Precisaria recorrer a teóricos da arte para que me auxiliassem. Você me trouxe um campo de complexificações e, assim, definitivamente permitindo que agisse meu lado mais formal, deixei-me escolher pela carta. Escrevo para partilhar com você este campo que me afeta, e essa forma / formato “escolhido” vai destinar-se a estabelecer e a ampliar uma conversa iniciada no Encontro CURIÔS em agosto de 2012, na qual agrego seu espetáculo solo A ordem e o Movimento e sua proposta de oficina Dança Contemporânea Popular.

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Publicado por em 10 de fevereiro de 2013 em relatos críticos

 

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Performance de Italmar Vasconcellos é tema de penúltimo relato crítico da série publicada no CTRL+ALT+DANÇA

[Italmar Vasconcellos prepara instalação-performance para o I Encontro CURIÔS / foto: Marina Alves]

Em seu relato intitulado “A intimidade poética de Italmar”, Adriana Barcellos compartilha seu exercício de revisitação à performance de Italmar Vasconcellos, … o cultivo da intimidade que me agrada. O texto é o penúltimo da série promovida pelo blog ctrl+alt+dança.

Ao fim do espetáculo de Italmar Vasconcelos, … o cultivo da intimidade que me agrada, demorei um pouco para sair do lugar onde estava. Procurei seus olhos e, com um abraço profundo e sentido, pronunciei um “obrigado” que já trazia uma delicadeza desvelada por sua alma em movimento.

A intimidade proposta por ele passou e passou por faces da vida, e por que não dizer, por faces de muitas vidas. A religiosidade, a infância, o corpo, o cheiro, a voz, construções arcaicas que pertencem à história da humanidade. Vi Italmar, crianças, mulheres e velhos, em vivências, dúvidas e sonhos. Vi o artista que se desnuda em sua fala e seu fazer; que constrói vidas, novas possibilidades, e traz novas matizes de cor às realidades comuns e diárias. É lindo perceber esse universo pessoal, íntimo, “(…) com todas as quinas e cantos (…)”[1] que fazem parte da natureza humana, com o qual o artista vive e convive sem negociação, em obra de arte.

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Publicado por em 7 de novembro de 2012 em relatos críticos

 

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“Da Onde Vem a Sua Dança?”: próxima parada da série de relatos críticos produzidos pelo CTRL+ALT+DANÇA

[Monica da Costa clicada em ensaio do espetáculo / foto: Marina Alves]

No dia 14/out, o blog ctrl+alt+dança publicou outro relato critico de sua série sobre o Encontro CURIÔS. Em “Simples, mas complexo – Revisitando Da Onde Vem a Sua Dança?”, Mariana Prazeres escreve sobre o espetáculo de Monica da Costa, apresentado nos dias 17 e 19/ago.

Confira um trecho do relato:

A distância e os dias passados me permitiram que esquecesse alguns instantes e que minha memória peneirasse os detalhes que se fizeram mais importantes e marcaram sensações despertadas durante o espetáculo. Da mesma forma, a complexidade do mesmo foi se dissolvendo e se somando a outras vivências e leituras, me permitindo ordenar ideias e digerir tantas informações trazidas com aquele trabalho.

Silêncio. A luz focaliza o corpo ao centro do palco, a sua seminudez que se contrasta e se complementa com a nudez do palco. À memória me veio o contato com a terra, com o chão, de onde a artista brincava com os movimentos e me levava a sentir a gravidade presente. Os braços que tentavam lentamente se sustentar, tirando e trocando energia com o “solo”.  Tentando se situar naquele espaço, remetendo a uma imagem do ser consigo e com o mundo. De onde veio e para onde vai. Entremeando, lá estavam as vozes de algumas personalidades da dança, interferindo, direcionando e dialogando com os gestos que observávamos. A partir daí tive a sensação que aqueles depoimentos dividiam o espetáculo em partes e guiavam meu olhar e ouvidos, ao mesmo tempo em que me sentia livre para simplesmente estar ali e deixar o Da Onde Vem a Sua Dança? me provocar.

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Publicado por em 21 de outubro de 2012 em relatos críticos

 

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MinC anuncia editais para criador@s e produtor@s negr@s

[Participantes da oficina de dança afro-contemporânea, ministrada por Monica da Costa durante o Encontro]

Segundo o site do Geledés Instituto da Mulher Negra, o Ministério da Cultura (MinC) anunciou na última quinta-feira (4/out) o lançamento de editais exclusivos para criador@s e produtor@s negr@s. Os mesmos devem ser lançados no Dia da Consciência Negra (20/nov).

Nós, da Rede CURIÔS – Nov@s Coreógraf@s Negr@s em Dança Contemporânea, ficamos bastante esperanços@s e contentes por juntar forças ao movimento mais do que relevante e legítimo das ações afirmativas. Conforme Wagner Carvalho comenta no Facebook:

(…) Pensando aqui com os meus botões: os resultados dos editais brasileiros, na sua grande maioria, são “sintomaticamente” direcionados para a população “branca”. É assustadora a hipocrisia da sociedade brasileira e dos/as falsos/as defensores/as da tão decantada “democracia racial” no país. Ao idealizar o Festival Brasil Move Berlim (www.moveberlim.de) e viajar por 23 estados brasileiros nos últimos 13 anos para a sua realização, pude constatar a triste e imperativa ausência de artistas negros/as na cena da dança contemporânea brasileira. Se falarmos sobre o teatro não será muito diferente. Como pode isso acontecer num país que tem 54% de afrodescendentes na constituição da sua população? (…) que sejam bem-vindas as ações afirmativas até que não sejam mais necessárias! (…)

 
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Publicado por em 9 de outubro de 2012 em notícias

 

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“senha de acesso”, de André Bern, é analisado em terceiro relato crítico publicado pelo CTRL+ALT+DANÇA

[André Bern em seu espetáculo senha de acesso / foto: Marina Alves]

O terceiro relato crítico publicado pelo blog ctrl+alt+dança é dedicado a senha de acesso, espetáculo de André Bern, apresentado em duas sessões, nos dias 18 e 19/ago. Em seu relato, Raíssa Ralola compara a experiência de assistir as duas sessões, além do solo Passificadora (fora do contexto do Encontro CURIÔS), que integra o espetáculo, mas também tem sido apresentado em formato independente do mesmo.

Minha primeira oportunidade de assistir ao senha de acesso em seu período de temporada no Studio Casa de Pedra na Gávea, ainda em 2011, ano de sua criação e estreia, foi frustrada pelo abandono por esquecimento de uma bolsa no ônibus a caminho do teatro. Neste dia a missão de ir ao encontro do espetáculo precisou ser abortada para que o farejar de uma outra senha desse acesso à bolsa perdida. Essa tentativa sem êxito de reencontrar um objeto pessoal intimamente memorialista foi meu primeiro contato com o trabalho, ainda que sem assisti-lo.

Devo admitir que na segunda oportunidade de vê-lo, no Encontro CURIÔS, aderi ao espetáculo mais de uma vez. Assisti ao senha de acesso duas vezes, numa sequência de um dia após o outro. No primeiro dia com seu elenco completo: Monica da Costa, Fábio Honório, Aluisio Flores e André Bern. No segundo, com Monica, Aluisio e André. Assistira previamente o solo Passificadora, um dos quatro solos que compõem o senha de acesso, no programa Novíssimos promovido pelo Festival Panorama em 2012, e assim, nas descritas três ocasiões, teci contato com diferentes desdobramentos deste processo de trabalho. Afirmo que, no que tange ao mesmo, a aplicação matemática que diz A ORDEM DOS FATORES NÃO ALTERA O PRODUTO em definitivo não se aplica.

Para continuar lendo o relato, intitulado “Sobre memórias, ordenações, pistas e senhas de acesso”, clique aqui.

 
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Publicado por em 2 de outubro de 2012 em relatos críticos

 

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CTRL+ALT+DANÇA: segundo relato crítico explora “Três Vertigens”, de Diego Dantas

[Bailarinas ensaiam Três Vertigens, de Diego Dantas / foto: Marina Alves]

O blog ctrl+alt+dança segue publicando a série de relatos críticos produzidos por Mariana Prazeres, Adriana Barcellos e Raíssa Ralola. O segundo, intitulado “A vertigem do outro lado da cena”, foi postado há dois dias atrás e trata de Três Vertigens, espetáculo de Diego Dantas, que encerrou o primeiro dia do Encontro CURIÔS (16/ago).

Diego Dantas inaugurou o espaço cênico do I Encontro CURIÔS estreando o espetáculo Três Vertigens. Eu vinha da abertura do Encontro, com palavras de Monica da Costa e de Wagner Carvalho que, do outro lado do oceano, recepcionava o evento e o grupo dos Curiôs; e da primeira mesa, que tratou de temas políticos, sociais, culturais e ancestrais. Com o pensamento e a emoção revolvidos por muitas questões e apontamentos, segui para o teatro apenas com o nome do trabalho.

Não conhecia Diego, nem sua trajetória de vida e dança. Talvez por isso mergulhei em seu espaço de criação artística como quem mergulha em um rio: sem saber sua profundidade, a temperatura da água e a textura do seu fundo. Nessa situação, não preparei meu corpo e minha percepção para o que viveria. Disponibilizei meus sentidos para receber as imagens, sensações e talvez alguma vertigem daquela experiência estética.

A primeira coisa que chama a atenção na figura de Diego é sua altura, e um primeiro pensamento que veio brincar em minhas reflexões foi se a altura do seu olhar em algum momento foi a causa da sua vertigem, tornada inquietação e trabalhada em sua construção coreográfica.

Para continuar lendo o texto de Adriana Barcellos, clique aqui.

 
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Publicado por em 14 de setembro de 2012 em relatos críticos

 

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CTRL+ALT+DANÇA publica o primeiro relato crítico da série sobre o Encontro

[Três Vertigens, de Diego Dantas / foto: Marina Alves]

O blog ctrl+alt+dança, parceiro do Encontro, acaba de publicar o primeiro da série de textos produzidos pelas relatoras críticas selecionadas através de convocatória. Em “O I Encontro CURIÔS em 360 graus”, Mariana Prazeres faz um panorama dos quatro dias de evento.

O olhar lançado sobre uma obra de arte revela significados, ou não, que diferem de acordo com a luz, o ambiente, a disposição espacial dos quadros, objetos, suas respectivas identificações e definições, e de acordo com o distanciamento ou aproximação do espectador em relação a ela. Assim se faz também no universo cênico da dança, mais especificamente, da dança contemporânea.

Acredito ser necessário, então, destacar que o meu olhar é imbuído de todo um histórico antropológico e artístico, de investigação da relação inter-racial entre bailarinos. Circunstancialmente, me vi diante da responsabilidade de relatar a experiência de um evento que tem muita afinidade com a temática de pesquisa que venho desenvolvendo.

Nesse sentido, não pretendo alcançar consenso nessas linhas, mas fazer um breve panorama do que foi o encontro e, ao mesmo tempo, destacar algumas questões que percebo enquanto aspectos que atravessaram o desenvolvimento do evento e, por isso, são importantes apontar. Apesar de considerar ingrato falar sobre algo que não fui eu que elaborei e me esforcei para acontecer, convido-os a experimentar nestas letras, momentos e discussões vistos sob a minha perspectiva.

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Publicado por em 3 de setembro de 2012 em flashbacks, relatos críticos

 

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Flashback: trecho da participação de Marina Alves na mesa-redonda do terceiro dia

A fotógrafa e antropóloga Marina Alves integrou a mesa-redonda do terceiro dia do Encontro, “O brasileiro afro-descendente enquanto mobilizador da cultura”, juntamente com o videomaker Emanuel de Jesus, o arte-educador Horácio Dutra e o Curiô Italmar Vasconcellos (curador e mediador da mesa).

Abaixo, vocês podem conferir um trecho da participação de Marina. “Sim, é um empoderamento (…) Não é ter que apagar ninguém, mas negociar esses espaços”, arremata.

 
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Publicado por em 28 de agosto de 2012 em flashbacks, vídeos

 

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Flashback: trecho da conversa entre Alissan Silva e Morena Paiva no primeiro dia do Encontro

Logo após a fala de abertura do Encontro, aconteceu uma conversa pública entre Alissan Silva, mestranda em Artes Cênicas (UNIRIO), e a bailarina-coreógrafa Morena Paiva, integrante da Rede CURIÔS. Abaixo, vocês podem conferir um trecho da conversa em que Alissan conta sobre sua pesquisa junto a comunidades jongueiras de Angra dos Reis (RJ):

 

 
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Publicado por em 24 de agosto de 2012 em flashbacks, vídeos

 

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Flashback: Wagner Carvalho escreve carta endereçada aos CURIÔS

[Alissan Silva conversa com Morena Paiva logo após a fala de abertura do Encontro / foto: Italmar Vasconcellos]

Na fala de abertura do Encontro (16/ago), Monica da Costa leu uma carta escrita por Wagner Carvalho, curador e diretor do festival Brasil Move Berlim, dirigida aos CURIÔS. Confiram abaixo:

Querid@s,

Aqui, do outro lado do Atlântico, meu coração bate forte e mais rápido ao pensar nos processos de discussões e encaminhamentos para que essa iniciativa pudesse acontecer de fato. Decerto, seremos eternamente grat@s ao engajamento da nossa querida Carmen Luz, que iniciou a Semana Negra de Dança em novembro de 2010, no CCoRJ. Naqueles instantes tivemos a oportunidade de estabelecer metas para que espaços fossem conquistados nos vários âmbitos dos nossos fazeres artísticos e políticos. A terra foi tratada com calma e muito carinho para que os grãos pudessem germinar. As Raízes… essas virão!

No ano passado, quando nos reunimos no CCoRJ também no mês de novembro – SALVE ZUMBI DOS PALMARES! – a vibração era igualmente intensa e demandava estratégias específicas para que as ações não se perdessem no “mar de pendências” que marca as histórias de nossas vidas profissionais e pessoais. É incrível constatar que no século XXI, nesse dia 16 de agosto de 2012, ainda necessitamos nos posicionar, cenicamente inclusive, para que a cortina que tenta nos invisibilizar e inviabilizar no cotidiano brasileiro venha abaixo.

É de fundamental importância que as instituições, as públicas sobretudo, dialoguem e se responsabilizem pelo fomento e continuidade dos processos de buscas aos quais vocês se lançaram. A reestruturação de grêmios/júris/comissões, com a presença de integrantes negr@s nos seus corpos, resultará em escolhas de projetos de artistas-criador@s que refletirão a tão decantada “diversidade” da nossa sociedade. Afinal de contas, já somos cerca de 53% da população desse país. Melhor ainda será o dia em que ocuparmos os vários postos de decisões das instituições brasileiras!

Sinto muito não poder estar com vocês tod@s, pessoalmente, nesse momento de concretização do I Encontro CURIÔS – Rede de Nov@s Coreógraf@s Negr@s em Dança Contemporânea. Mas, da Alemanha, fico extremamente feliz em saber que vocês existem e estão firmando a nossa perpetuação nesse universo emaranhado. Que seus CORPOS se mexam e remexam com os sentidos!

Sigam em frente e bons espetáculos para tod@s.

Abraços apertados,

Wagner Carvalho

 
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Publicado por em 21 de agosto de 2012 em flashbacks

 

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